terça-feira, 2 de março de 2010

MSN DE LORA

QUER SABER

Príncipe encantado q nada...
Bom mesmo é o lobo-mau!
Q te ouve melhor...
Q te vê melhor...
E ainda te come!

RELATOS DE UMA TPM

Ha muito tempo venho aprendendo cada vez mais sobre este negócio de TPM. Achava que era lenda. Feliz ou infelizmente, em algum momento no meio dos últimos anos venho me deparando com uma semana todos os meses em que chocolate fica muito, muito, muito mais gostoso, e em que coisas absolutamente ridículas irritam profundamente, e durante a qual preciso controlar cada fio de cabelo pra não fazer um escândalo por coisa nenhuma.


Pois é. Esta merda é TPM. E pior, meus amigos, do que sentir-se irritada por causa de absolutamente TUDO, é saber que essa irritação é muito irracional, e se irritar muito com ela. Quando a sua própria irritação te irrita, daí você desiste e se joga da sacada, porque não há saída.


Espero profundamente passar pra você a irritação pelo nada que estou sentindo nesse momento em que soco o teclado como se estivesse sentada diante de uma máquina de escrever. Digo isso porque é fundamental que você, leitor do sexo masculino, entenda a delicadeza desse período na vida de uma mulher.


Quando eu comia (muito) mais chocolate, o meu acabava e eu ia pedir pro meu irmão, e ele brigava comigo. ‘Por que você não come um quadradinho por vez? Daí vai durar mais que dois dias!’, ele dizia, irritado. Homens, não suponham que vocês têm a ligeira ideia da magnitude do sabor de um chocolate durante uma TPM, porque vocês não estão sequer próximos disso. Não me peça para explicar – tem a ver com o sistema de recompensa e a liberação de serotonina. Só sei que a sensação é impressionantemente reconfortante. E se você soubesse disso, providenciaria um estoque de barras de chocolate belga pra sua namorada.


Entenda, por favor, que nossos sentidos se tornam mais sensíveis, e de um jeito ruim. Eu acabo de me irritar profundamente com meu pobre pai, que usava uma tesoura de canivete (este conjunto de chaves de casa) pra cortar um punhado de fita adesiva. O barulho que as chaves não paravam de fazer, como se durante meia hora sempre tivesse alguém chegando ou saindo de casa, quase me fizeram voar no pescoço do homem – era como se alguém tivesse balançando o molho assim, ao lado da minha orelha. Há meia hora, me irritei com meu irmão entrando na cozinha enquanto eu jantava; com meu namorado no computador; com um idiota na fila do banco que entrou, ficou bloqueando o caminho e me fez perder todos os lugares livres pra sentar (eram vários, juro). O barulho da TV está me irritando. E no fim desse texto, quando eu tentava arquitetar melhor as idéias, minha irmã entrou no quarto reclamando que eu comi laranja na cozinha e deixei cair na pia, e que vai encher de formigas, blá, blá, blá e eu quase virei Suzane Von Richthofen.


Credo, to brincando. Agora foi piada, sério.


Mas eu garanto a você, amigo do sexo masculino que me acha uma maluca, que dói mais em mim do que em você. E eu não estou falando sequer das cólicas arrebatadoras ou do incômodo que é estar menstruada em si.


Eu falo da plena e dolorida consciência de estar completamente doida durante alguns dias e, pelo bem da humanidade e das suas relações sociais, ter que suprimir isso. Você não conseguiria lidar. Homens pensam que isso tudo é muito fácil – mas cara, te garanto que se você passasse uma semana por mês completamente maluco, se irritando por nada e por tudo, com a plena consciência de que você está maluco, e tendo que reprimir isso pra não estragar sua vida, você não aguentaria viver mais de 3 meses assim. Desistiria.


Portanto, acreditem quando a gente diz que está muito puta. E tragam o maldito chocolate.


Dos nacionais, o Milka é o melhor. E é baratinho.


Engraçado que ficou parecendo post patrocinado no final, e fiquei com vontade de esclarecer e dizer que não é – mas veja bem, EU DEVO EXPLICAÇÃO DE ALGUMA COISA PRA ALGUÉM? DEVO? POR ACASO?

Não né? Ainda bem.